terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

A lenda do anjo caída (1º romance)

A lenda do Anjo Caído 

Prefácio 

Durante a nossa existência temos muitas oportunidades, muitas decisões a tomar…
Muitas delas podem implicar algo tão forte que pode mudar o Mundo.
E se algo fosse tão forte capaz de mudar o céu, o Paraíso e o Inferno?
 Uma escolha que talvez pusesse a humanidade em risco.
 Algo que mudasse os tempos ancestrais.
 Culpada seria eu se não aceitasse este pecado.
 Fui capaz de mudar o Mundo.
 Mas o que é que fiz?
 Joguei por um amor imortal enquanto sou humana, fraca e talvez não volte a reencarnar, não volte a existir e talvez poderemos nunca mais ficar juntos, mas se ele continuasse a ser meu anjo, ficaria comigo para sempre e aí nada mudaria…
 Sofrimento ou alegria? Viver no mundo real nem sempre é opção, vou perder esta oportunidade?
Só o destino decidirá…

Capítulo I

 Todos nascemos com um Anjo protector, que nos conhece mais que nós próprios que virá além dos nossos antepassados, que vêm connosco desde o início dos tempos e hoje venho falar do meu.
 Talvez foi pecado o que fizemos, mas em tempo algum irei me arrepender.
Meu nome é Bells, nasci numa cidade enorme, repleta de cor e movimento, sinceramente nem ligo muito para o que se passa além da minha porta para fora porque o que acontece é dentro de casa, sim! No meu Mundo…
 Sempre fui uma criança imaginativa como dizia a minha mãe.
-Bells, com quem você anda a falar?
- Com meus amigos mãe não se preocupa.
-Bells, que você está a fazer?
-Estou a brincar com as bonecas…
Fechada no meu quarto passava horas e horas, inventando personagens, dando voz a elas, coisas de raparigas…
 Ficava a ver a chuva a cair, ver o tempo a passar, e não sabia o que fazer…
Cada vez mais era um bichinho de buraco, presa no meu canto, imaginando um conto de fadas…
Fui crescendo, vendo o Mundo evoluir, deixei de brincar de bonecas (talvez só um bocadinho pois ainda tenho meus peluches e dou-lhes voz), ouço música e escrevo no meu diário.
 Tudo muda, o tempo, os amigos, os sonhos…
Cada vez mais violentos e mais reais, mas quando estou inquieta, perdendo-me no meio dos pesadelos, sinto-me acompanhada e tudo passa…
O pesadelo suaviza, o grito transformasse em lágrimas e dessas lágrimas uma alegria intensa vinda do fundo da alma.
 Acordo, e amanheceu, o sol brilha, os pássaros cantam e dou por mim a pensar no futuro.
 Mesmo nos momentos de maior tempestade sinto sempre alguém presente.
Capitulo II

Os sonhos …

Cada vez tenho mais sono, cada vez acredito mais que há uma força que não me deixa cair a cada instante, que me faz levantar e procurar algo.
 Nunca descobri o que seria.
 Sempre pensei ser uma filha da Lua ou do Azar como dizem, estou sempre me metendo em sarilho, em confusão, saio duma meto-me logo em outra.
 Mas algo não me deixa fracassar e acabo encarando as coisas com um sorriso.
Perguntando-me “onde foi que falhei?”
Todas as noites eram tempestuosas e não conseguia acordar para me libertar, como se alguém me quisesse ali.
 Cada sonho, uma lição.
 Acordava sem forças, sem rumo, sem compreender o porquê…
 Muitas vezes acordava com um só nome na cabeça “MIKAEL”.
 Não conhecia ninguém com esse nome, ninguém com as características que sonhara, ninguém que acalmava meus soluços durante a noite…
 Amanheceu…
 Tudo voltava à normalidade, toda aquela turbulência, todo aquele desespero não tinha passado de uma ilusão, como se fosse uma memória reprimida à muito tempo na mente e quisesse ser solta por qualquer motivo.
 Mas de manhã era a mesma de sempre voltando à rotina e à luta.


Capitulo III

Conhecendo o anjo

Era uma noite estrelada, no quarto ao lado meus pais dormiam tranquilamente enquanto eu olhava as estrelas, era meia-noite, a coruja já estava a cantar e eu como rapariga imatura a pensar nos filmes que tinha visto de manhã em vez de dormir.
 Mas naquela noite algo estava diferente, ouvia algo diferente, uma voz vinda do alto…
 Algo que me encorajava, que queria que fosse dormir, que estaria do meu lado e nunca de lá sairia, que estaria sempre atento aos meus pensamentos, que nunca esteve alheios aos meus erros e que me ia ajudar a corrigir, que estaria ali para o que precisasse, que iria atender a minhas orações, amparar as minhas quedas e jamais queria ver as minhas lágrimas mas as minhas vitórias em troca só tinha que agradecer cada dia além da tempestade, porque tudo pode melhorar.
 Para não ouvir o que me diziam…
 Para me ouvir a mim mesma…
 Fui para a cama dormir, sentindo-me quente, acompanhada, caindo uma pequena lágrima no canto do meu olho sentia uma mão limpando…
 Acordava de manhã, estava eu como sempre, sozinha…
 Estranho, mais um sonho em que alguém me vinha aconselhar e eu não querendo acordar. 
 Sentia-me rodeada de luz, de calor humano, estaria protegida nas asas de um anjo?
 Mikael…
 Acordava eu várias vezes ouvindo uma voz na escuridão “volta a dormir, nunca estarás sozinha”.
 Senti um leve beijo no rosto.
 Depois de tanto pesadelo sabia bem aquele conforto no meio da escuridão.
 Muitas vezes dava por mim a pensar para vir o anoitecer pois estaria com um amigo, um conselheiro.
 Quanto mais o tempo passava, conseguia ver os seus ternos olhos, os seus longos cabelos, a sua cara marcada pelo tempo de uma tristeza indecifrável, aspecto valente e robusto, por trás algo fofo teria, seriam asas?
 Ui! Estava sonhando outra vez ou estaria maluca?
 Mesmo que tenhas medo estarei sempre contigo…
 Aquela voz…
 Voz de veludo, rouca, afastada por um momento, aumentando uns tons…
 Porque o afastavam de mim enquanto teria mil e uma questões?
 http://www.mensagenscomamor.com/images/jpgs/img/a/anjo_luz.jpg







Capítulo IV
Quando a esmola é grande o pobre desconfia
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 Ia eu fazer os meus 18 anos de idade, sonhando com uma grande festa rodeada de amigos, com a família, com todos aqueles que amava, visto que toda a minha vida estava prestes a mudar.
 Em breve, teria de encontrar um emprego, começar a minha vida e obter a minha independência, que mais uma rapariga pode ter?
 Nessa manhã acordei eufórica tinha muita coisa para fazer (escolher o vestido, o penteado…)
 Escolher uma música para cantar (adoro cantar embora cante no duche visto que desafino…) e porque resolvi fazer a festa num bar karaoke.

 Mas nessa noite tudo seria diferente sem saber tinha todos os olhos postos em mim: os chamados humanos mortais e os imortais (anjos e demónios).


 Estava a fazer planos para o futuro (quando crescer gostava de ser escritora, actriz e modelo), sempre pensei em aderir à vida dos famosos, ter uma social life, amigos conhecidos e aparecer em magazines.
 Embora seja divertido, ganho alguma grana para a minha vida.

 Mas nunca pensei que naquela noite iria receber tais propostas.
-Meu amor cuidado com aquilo que desejas. Por vezes vocês são bombardeados para dar o que mais têm de precioso. Aquilo que vos faz mover e vos tornam diferentes de todos os outros. (Alertava-me Michael diversas vezes).
 Eu só queria estar com ele que sinceramente não prestava atenção aos termos e conselhos que ele dava.
“Vocês são como as flores tanto podem nascer na luz como nas sombras”
 Chegou a hora, já estava maquilhada, vestida para arrasar.
“Hoje a noite é tua” pensava eu “nada nem ninguém poderá destruir tua alegria”.
 Cheguei ao local agendado, já estavam meus familiares a postos com sorriso nos lábios prontos a dar-me os “parabéns”.
 Olhava para todo o lado nem sinal de Michael (claro ele era um anjo e não poderia vir cá), meus amigos iriam chegar mais tarde (assim também poderia ir cantar sem julgamento, entre família não há criticas só amor e borga).
 Para meu espanto chegou um grupo com um rapaz lindo, todos vestidos de negros.
 Meu olhar não se conseguiu desgrudar nem um minuto dele.
 Seu corpo era bem definido parecia saído de um filme, tinha cabelo despenteado, olhos verdes brilhantes, barba bem aparada.
 O sonho de qualquer rapariga.
 Parecia um BadBoy, pouco sorria.
 O grupo não lhe ficava nada atrás, dois homens mais velhos (um super moreno, de olhos castanhos, bem definido, o outro era mais pálido de olhos azuis e uma rapariga loira, pálida de olhos azuis.
 O rapaz mais novo estava ali procurando algo ou alguém até que o olhar dele cruzou o meu.
 Embora notasse não consegui deixar de olhar, seus olhos parecia que me chamavam, algo nele era magnético, simplesmente poderoso.
 Com a cabeça a andar à roda abstraí-me completamente do local que estava, com quem estava e fui ao bar onde se encontrava o grupo para tomar a minha bebida preferida “caipirinha de vodka preta” (para além de me deixar com mais dor de cabeça, pintava-me a língua e tirava lindas selfies com ela de fora :p parecia um cão da raça chow chow).
 Ele que já lá estava meteu conversa comigo.
 Segundo ele estava ali para caçar estrelas.
-Adorei ouvir-te cantar. –disse-me ele.
 Corei de imediato, não tive tempo de reagir nem de lhe perguntar o nome, fiquei com uma figura tão embaraçada que lhe soltei um sorriso.
 A rapariga loira reagiu ao sorriso dele, olhou para ele escandalizada, virou-se de costas para mim e afastou-se com o resto do grupo.
 Então quando dei por mim estava a ser abordada por mil e uma questões…
 Algo me fez cair inanimada,  no sono.
 No meu sonho, aquele rapaz que estava comigo tinha a cara destorcida, dois cornos, olhos vermelhos, trazia consigo um contracto em que me tornaria uma estrela e ele domaria minha alma, não ia ter vida própria, não iria dormir, iria-me afastar da minha família e de quem amava para ter jato privado, champagne, limusina, flashes, makeup, roupas de borla, comida de borla, hotéis pagos e uma data de fãs querendo um autógrafo e felicitando meu trabalho iria pousar para revistas, cantar, representar, ir às melhores festas, conhecer a fama e a glória, apresentar programas sem ter tempo para encontrar meu verdadeiro amor, estaria nas mãos dele.
 Dinheiro nem vê-lo só tinha que lhe dar a minha alma.
 Trocaria o meu sonho de ter fama e de trabalhar por algo que me é eterno?
 Apareceu-me Michael por trás de mim, agarrando-me por trás num abraço, protegendo-me com suas asas.
- Michael estou a sonhar? A ter um pesadelo enorme, por favor acorda-me.
-Não meu amor, estás a ver a realidade, quando acordares terás de tomar a decisão, se aceitas esta proposta dele ou não, desculpa, só te quis alertar enquanto havia tempo.
 E num movimento que nem eu reparei, estava o meu anjo atrás de mim dando-me uma prenda de aniversário.
 Depois disso acordei…
 Para meu espanto tinha o rapaz a segurar-me no colo para não ter caído desamparada no chão.
-Obrigada- disse-lhe eu.
 Para meu espanto, ele estava a afastar-se de mim, já não me olhava nos olhos, já não estávamos lado a lado mas com mais distância.
 No balcão tinha um contrato da empresa dele e uma caneta para assinar.
- Posso levar o contrato para ler e rever em casa? Tenho que ver os termos técnicos com um advogado…
-Não posso. –respondeu-me – só estou aqui hoje e amanhã estarei em Los Angels
Ia colocar as mãos sobre meu pescoço mas algo queimou-lhe a mão.
 -Acho que já escolheste o teu lado
-“desculpa”, não percebi.
Ele virou costas e desapareceu com o seu grupo.
 Eu virei-me para o bar onde estava pousado o contrato e a caneta e tudo pegou fogo à minha frente.
 Fui a correr para a porta do bar onde tinham saído mas simplesmente desapareceram.
 Dirigi-me então ao banheiro público, lavei minha cara (graças a Deus minha Makup era à prova de água) e olhei para meu pescoço.
 Nele estava um colar com uma cruz, essa cruz tinha umas pedras brancas, era lindo…
 Nas luzes do bar o colar reflectia seu brilho.
 Vi um vulto atrás de mim.
 Virei-me e não era nada.
 Olhei para o espelho vi reflectida a minha imagem com a imagem de um homem lindo envolto de luz, abraçando-me por trás, sua mão tocou a cruz e suas asas tocaram meus braços.
 “Michael”
-“Parabéns!”- ouvi eu na minha mente, sorri-lhe.
 Senti um beijo ao de leve no pescoço e aquela imagem que estava reflectida no espelho simplesmente desapareceu.
 Passei a noite sem problema cantando os parabéns e a comer bolo.
 Bebi mais uns copos e fui cantar em dueto com a minha prima (tenho sorte que na família são todos artistas mas ainda ninguém descobriu).
 Quando amanheceu encontrei-me eu na minha cama, no meu quarto, sonhando com aquele protector que me salvou a vida e a alma.









Capitulo V
No colo do meu anjo
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Continuavam aqueles sonhos que me levavam além do que podia.
 Tinha que lutar, fugir, ficava sem forças, caindo num precipício sem fundo, sem ter onde me agarrar, tudo está escuro, nunca mais vejo o fundo, não estou a bater em nada, só me sinto a cair, quero gritar mas não consigo, o coração bate descompassadamente…
 Depois tudo se ilumina, sinto-me quente, segura, sinto umas mãos a dar-me conforto…
 Vão-me agarrando sem me deixar cair, recupero as minhas forças, voando, sentindo-me noutra galáxia talvez, tudo à minha volta modifica…
 Acordo, estou de volta à minha cama, ao meu Mundo, porto seguro, ou talvez não (mas pelo menos tenho chão).
 Vou um passo de cada vez, parece que me esqueci de andar, meu maior desejo era voar, sair da janela e ir ao encontro de outra opção…
 Não de voltar à minha rotina chata…
 Queria agarrar-me àquelas lembranças, àquele pensamento…
 Àquele ambiente de amor, de carinho, em vez disso mais uma ida à escola.
 Estávamos nós no Inverno, muito frio, agasalhos, parecia um presunto com roupas e roupas.
 Chegando ao meu quarto, a alegria invadia o meu rosto, a cor voltava-me à cara, sentava-me de pernas cruzadas, no silêncio da noite, ouvindo os conselhos do meu amigo, eu contava-lhe em oração todos os pormenores do meu dia (como se o meu amigo não me conhecesse e com paciência ele ouvia).
 No dia do meu aniversário ofereceram-me um colar (lindíssimo), com uma cruz (chorei de emoção), cheia de fé fui metê-lo logo ao meu pescoço.
Nessa noite, meu anjo veio ter comigo, queria-me tocar o pescoço mas suas mãos trespassavam meu corpo, como se ele fosse um fantasma, como se não existisse (chorei de tal pensamento).
 Nesse momento deu-me um sono repentino e adormeci.
 No meu sonho aparecia-me um homem envolto de uma luz radiante, seus olhos brilhavam ao olhar para o meu rosto, um sorriso rasgado vi no seu rosto angelical, e abraçou-me.
 Ficamos naquele jardim, repleto de flores, árvores e com uma cachoeira linda de água pura, o sol brilhava, tudo ao nosso redor era perfeito.
 Nesse instante ele acariciou-me o pescoço e pegou na cruz, sorrindo, pedindo para que acontecesse o que acontecesse eu nunca a tirar, que era mais do que eu pensava, teria o peso de uma pena e a protecção divina.
  Eu prometi.
 Depois daquela noite até completar os meus 22 anos ele me tem acompanhado, me mostrando a beleza em cada pequena coisa, para acreditar no amor, que nunca iria ser magoada, para nunca fechar o meu coração pois tudo seria capaz de acontecer.
 Eu sempre acreditei nele e esperava poder estar com ele. 
 Aquele pensamento arrepiava-me até ao mais íntimo do meu ser e sabia que era correspondida de alguma forma, só que só poderia sentir o seu carinho quando dormia e não poderia dormir eternamente (mais uma vez assustei-me com tal pensamento).














Capitulo VI
Decisões






 Voltei a adormecei depois de um dia atarefado.
 Ele, simpático como sempre, estava me esperando como uma estátua, olhando a cachoeira.
 “É linda” exclamei eu perdida em pensamentos.
 Fiquei à espera de uma resposta em vez disso recebi um abraço apertado e um beijo (pronto caldo entornado pensei eu).
 Fiquei especada como uma tona enquanto ele me olhava na espectativa.
 “Ai céus que fiz eu?” –pensei.
 Ele continuava-me a olhar, preocupado, tentando ler meus pensamentos, mas eu simplesmente paralisei.
 “Raios, nem nos meus sonhos me consigo mexer”- continuei a pensar.
 Um sorriso entoou no meio das árvores me fazendo estremecer.
“Desculpa”- pediu-me ele.
 -Não só não estava à espera…
- Estava a pensar… Estarei sempre aqui para o que precisas mas não te posso tocar nem me meter nas tuas decisões. És livre… E gostava de tomar uma decisão caso aceites claro…
-Que tem a tua decisão haver comigo?
- Eu gosto muito de ti e gostaria de estar contigo como estou agora, só que não consigo e assim será durante anos, milénios…
-Não entendo.
-Gostava de ser humano, poder amar sem consequências, continuar a proteger-te, em cada passo, acompanhar-te e puder sentir o que tu sentes, algo mudou nesta encarnação… Eu conheço-te e sei todos os teus pensamentos e como ages.
-Tens isso em vantagem. –brinquei eu.
-Isso é sério, quero abdicar o que sou para passar a ser teu protector e viver como tu, mas tu não te lembrarás de mim, terei que te conquistar.
-Oh! Não vai ser difícil.
-Pois não! Vai ser um bico de obra…
 -Não preciso que sofras por mim…
-Vai ser uma grande decisão… Mas se continuar assim também sofro.
Acariciei-lhe a face.
-Não te preocupes, tu sempre sabes a coisa certa a fazer.






Capitulo VII
O rebuliço nos Céus
Em todo o Paraíso os Anjos falavam sobre as Leis de Deus e no dever deles enquanto guardiões da humanidade.
 Algo que nós como humanos nunca acreditamos, os seus trabalhos muitas vezes passam-nos ao lado.
 Mas eles continuam ao nosso lado, pacientes, em cada passo que damos, dando-nos equilíbrio e apoio nos momentos necessários, amparando nossas quedas, chorando com nossos fracassos.
 Deus andava a por ordem e tentou persuadir o Anjo.
“Meu Filho, tu és um ser de  grande responsabilidade, estás a abdicar da segurança dela que é o teu trabalho.
Sabes que temos triliões de filhos nas mãos e não podemos trocar de Anjo, sei que estás a sofrer mas ela tem que passar por suas pedras e precisa de ti para a ensinares e guiares, se abdicares da tua responsabilidade esquecerás as tuas funções, quem foste e quem sabe esquecerás dela também."
“Será possível meu Pai”- perguntou ele preocupado.
“Sinceramente não sei. Nunca fiz isto com nenhum filho meu. Até a encontrares será um longo caminho a percorrer e quem sabe se a encontrarás.”
“Por ela correrei esse risco.”

E assim Deus tomou a decisão de deixar aquele filho fugir mas deu-lhe a oportunidade de se despedir de Bells.
Nessa noite voltei-me a reencontrar com o meu Anjo, foi uma dura despedida, não sabia se ia voltar a vê-lo.
Foi a única vez que tive um doce sonho.
Tinha de acordar, não fui eu que queria, ele quis arriscar e prometeu-me que ia voltar.
No dia seguinte senti-me vazia, fria, desprotegida, mal dormia, mal deitava a cabeça sofria ataques de todos os tipos (todo o tipo de pesadelos), gritos sufocados de dor, lágrimas foi o que esperavam naquele mês (pensava eu que seria tão breve).













Capitulo VIII
Rebuliço nos Infernos
 
 Eu era um alvo a abater.
 Até Satanás fez uma Assembleia.
 Estava sem o meu anjo protector, sem a luz que abrilhantava as minhas noites (lá se foram os meus bons pensamentos).
 Tinham todos os olhos em mim.
 Fui puxada várias vezes para os maus caminhos, para a depressão e tristeza.
 Que mais estará no meu caminho?

Capítulo IX
Pensamentos
Passavam dias, horas, meses e a promessa do meu anjo fora quebrada.
 Eu dizia nas minhas orações que o queria de volta, mesmo sendo um anjo, todo o Mundo tem direito a se arrepender.
E ele? Teria direito a um arrependimento? A uma segunda oportunidade?
 “Espero que ele esteja bem”.-pensei eu.
“Mikael” suspirava todas as noites, aguardando notícias, um sinal.
 Mas nada…
 O Tempo passava, olhava a chuva cair, pensando em voltar a adormecer e acordar de novo naquele lugar onde te conheci.
 O primeiro olhar, aquele sorriso que todas as noites aquecia a alma.
 Decidi olhar para a lua, mas tudo me faz lembrar de ti.
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Capítulo X
Lembranças

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Aquele doce lugar iluminado.
Mikael estava sentado naquela floresta esperando-me com uma rosa na mão.
Olhou-me o rosto.
 Não consegui dizer nem uma palavra.
 Ele abraçou-me, ficamos assim por breves instantes…
 Até que ele me atirou ao chão, embrulhamo-nos, rebolando, sentindo o toque gelado da erva, o cheiro das flores e os doces com cheiro a canela que me oferecia.
 Sonhávamos com o futuro, sei que ele estaria comigo.
 Ele deve-me isso. Prometeu-me.
“Bells sabes que te quero fazer feliz”
“Eu sou feliz Mikael, obrigada por estares a meu lado”.
“Eu também sou feliz, enquanto estou a teu lado e te consigo tocar”
“Mesmo quando não consegues Mikael, sei que estás ao meu lado, estás comigo e sinto-me segura.”
 Ele olhou-me nos olhos e beijou-me a testa.
 Ali permanecemos naquele maravilhoso lugar (até ao ciumento do meu despertador começar a tocar e eu ter de acordar e voltar à minha rotina.)
 Lá me levantei eu toda despenteada da minha cama, com cara de poucos amigos, deitando-me na cama querendo adormecer, ouvi um riso ecoando na minha mente (sabia que ele estava comigo… Até nos momentos mais embaraçosos, ora bolas…)







Capitulo XI
O Homem confuso

13 de Setembro de 2015

Foi encontrado um homem no meio da floresta completamente nu, ninguém sabia da sua identidade, nem de onde viria tal monumento.
 Nem ele mesmo sabia quem era.
Foi levado à Junta de Freguesia e deram-lhe algumas roupas, comida e casa.
 Um homem tão lindo, solto por aí a começar do zero…
 Aparentava ter uns 33 anos, seu rosto tinha marcas de sabedoria, de trabalho.
 Achou uma rapariga linda, com os seus 27 anos, loira, escultural que lhe arranjou emprego e pelos vistos além de emprego deu-lhe amor.
 Quem seria ele?
 O que faria ali?
 Entretanto aquele homem tinha ganho um novo rumo, uma nova vida, e tudo o que ele merece.

















Capitulo XII
A Grande Guerra

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Depois da despedida dele tudo mudou.
 Não foram só meus sonhos não.
 A humanidade estava mais fria, não havia amor, de um lado havia luz do outro o sol não conseguia alcançar, as águas estavam revoltas, os pássaros deixaram de cantar, as árvores morriam, havia um fogo intenso consumidor de Mundos.
 Do outro o sol brilhava, enquanto as nuvens não tapavam.
 Começou a guerra.
 Irmãos contra irmãos, famílias contra famílias, animais contra humanos, anjos contra demónios, elementos contra elementos.
 Casas voavam, gritos de crianças que eram violentadas por aqueles que lhes deviam dar protecção.
 E eu sem o meu anjo.
 “Caneco”- pensei eu. “Tenho que pensar em alguma coisa para além de mim.”
 Fui para o meio dos carros que voavam, tentava apanhar algo para salvar, gritava contra os vendavais.
 Mas aquilo mais parecia um filme de terror e destruição.
 Entretanto o vento me levantou e atirou-me contra um homem que eu mal conheci-a.
 Aparentava ter os seus 33 anos, tinha algo de familiar naqueles olhos e rosto marcado pelo tempo.
 Ele olhou para mim e me ignorou.
 Algo dentro de mim fez-me estremecer e cair de relance ao chão.
 Um demónio me tinha mordido, eu tinha caído num sono profundo.
 Ouvi aquela voz de veludo a perguntar-me se estava tudo bem, se precisava de ajuda (claro que precisava, dah! Estou a morrer!).
 Mikael disse eu como último suspiro e morri-lhe nos braços.
 Uma lágrima caiu-lhe no rosto.
 Vi uma menina caída nos braços do seu amado, minha mão tocou-lhe no ombro “está tudo bem” sussurrei-lhe ao ouvido.
Mas ele não me via, não me sentia.


Eu tinha-me transformado o que ele fora para mim (UM ANJO).
 Farta de aturar tanta destruição atirei-me aos demónios mandando-os de volta para o Inferno.
“Minha filha, bem-vinda a mim”- disse-me Deus.
“Agora em diante serás um anjo protector daquele homem amparando os seus passos”.
E assim foi durante milénios.
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5g7J1-MH1AIFHlMOHEF9eJ3RMoNwkhA8oTzjjcurMJ6GWmRjyQ53jrbmFZdtpLrw1PK7lEmmv8Su_SGf_i7Lbgo7P3slxlnGfSuUbLvJ0Y8ziwenYWVKBmthNCxRN9v8pAIMZn1vlBww/s1600/por+que+o+ceu+e+o+inferno+n%C3%A3o+fazem+sentido.jpgA guerra entre o Céu e o Inferno manteve-se instável, com novos acordos a humanidade pode voltar a viver em paz.






Capitulo XIII
A força do amor
http://arcanjosdoamor.yolasite.com/resources/Anjo_homem_e_mulher%5B1%5D.jpg

Em muitos anos vi o homem que eu amei com outras mulheres, constituindo família, e chorava por cada queda dele.
“Foi ele que escolheu assim. E é feliz tenho que o deixar.”
Deus viu a minha tristeza e veio falar comigo.
“Minha filha, aqui é o Paraíso, todos os Anjos são felizes e responsáveis, mas vejo tristeza em teus olhos, se quiseres posso-te mudar de posto, mas acredito que sofrerias ainda mais.”
“Meu Pai, gostaria que lhe perdoasse, lhe desse de novo a memória e as asas”- pedi-lhe eu.
“Ele é que as tem que voltar a pedir minha filha, entra-lhe no sonho e vê se ele se lembra de ti”.
“Obrigada”.
Nessa noite entrei na mente de Mikael, ele meteu-me as mãos ao pescoço, tocando algo brilhante, olhei e um sorriso nele vi.
 “Amo-te minha Bells disse ele, nunca te esqueci e peço-te que me perdoes.”
“Minha filha, agora a decisão é tua. Queres devolver-lhe as asas?” –perguntou Deus.
“Se é isso que ele quer, claro que lhe perdoo-o, e se tiver ao meu alcance com a graça de Deus lhe devolvo as asas”
De repente uma alma pura veio ter comigo, era ele com aquele sorriso que só eu conhecia.
 Dei-lhe um beijo e prometi-lhe que seriamos um só.
 No Paraíso isso foi inédito tanto que para além de sermos anjos da guarda e conselheiros eramos os protectores e professores do amor.
 Tínhamos que mostrar o amor e a beleza na Natureza.
 E o nosso amor venceu.
 Mudamos a humanidade e os pensamentos negativos das pessoas, assim crêem que tudo é possível, com amor, dedicação, carinho há sempre um novo amanhecer.


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FIM?
 
 

Poderíamos dizer que a nossa história chegou ao fim.
 Se fossemos mortais diria que sim.
 Mas a nossa história vai além dos tempos e do espaço, temos sempre um novo capítulo para escrever.
 Assim estou contigo naquele lindo lugar em que te conheci, naquele lugar dos meus sonhos, cumpriste o que prometeste meu anjo  e eu agora também te prometo o que queria: Estar contigo e amar-te eternamente.









 

Amor não é só uma simples palavra

 



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Amor é auto conhecimento. 
Amor tem ramos tão fortes, tão fortalecidos que nem a distância, maremotos, terramotos, incêndios, raios, tempestades, meteoritos e até a própria morte é capaz de destruir. 
O amor dá-nos força de lutar, de reagir na atrocidade, de rir nas maiores tristezas, de viver, de descobrir o desconhecido, faz o pleno gatinho virar leão e proteger o que é se, é conquistado e genuíno. 
Amor é poderoso e a maior riqueza da raça humana




Não olhes para mim assim!
Como se visses uma estrela brilhante diferente no planeta. 
Não me olhes assim, como se tivesse mudado o teu Mundo. 
Não! 
Simplesmente, estarei aqui para te dar um ombro amigo! O resto será fruto da tua imaginação! 
Não olhes para mim como se me quisesses mudar, se nem me conheces para ver quem realmente sou. 
Não olhes para mim a julgar-me por aquilo que achas que sou. 
Não me julgues por aquilo que ouves falar de mim, ou por aquilo que viste numa imagem que mal interpretaste. 
Tu olhas para mim mas não me vês. 
Dizes que me Amas como se de uma palavra simples e vulgar se tratasse. 
O Amor não é apenas uma simples palavra mas um sentimento que tem que ser demonstrado. 
Como uma flor que plantasse, regasse, dá-se amor, cuidasse e com paciência deixasse crescer. 
Não me beijes. 
Judas traiu Jesus com um beijo. 
Um beijo que hoje em dia é um ato fácil e banal, que facilmente não se dá com sinceridade. 
Quantos beijos são trocados sem amor? Sem sentimento? Só porque se sente na obrigação ou para não se magoar? 
Não me digas és meu se nasceste para ser livre e feliz. 
Sem se querer ofender mas se quisesse ser dona comprava um cão. 
Não quero que te submetas a mim, não quero ter nenhuma marioneta ou rôbot, mas que estejas ao meu lado, sejas feliz e me acompanhes na minha jornada se esse for o nosso destino. 
Se não for o nosso amor continuará além dos tempos, pois seremos amigos e estarei aqui para amparar as tuas lágrimas, acompanhar-te nas tuas lutas, levantar nas tuas quedas, terás um ombro amigo para desabafar e companhia para sair e aliviar a cabeça.

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